Apoiar a Internacionalização não pode significar apenas transmitir mensagens de confiança e “lançar” Euros para os cofres das Empresas. Até porque as primeiras, no contexto que se vive, são vãs e a segunda é efémera.
Este apoio tem de ser sustentado. Sustentado no tempo, uma vez que um processo de Internacionalização não é imediato, e sustentado operacionalmente.
As principais dificuldades da Internacionalização das Empresas residem no lado da oferta, do investimento, dos contactos e do conhecimento dos mercados. Sendo estas as suas principais dificuldades, são estes os apoios que o País terá que fornecer.
O Primeiro passo a dar é a criação duma base de dados de conhecimento, séria e detalhada, dos mercados internacionais. Saber o que os outros países estão a fazer, como fazem, que resultados têm obtido, aquilo que não têm feito, mas que compram, e porque não o fazem, articulando com o desenvolvimento e inovação realizados e em curso em Portugal.
Com base no conhecimento adquirido, nestas e noutras matérias que poderão facilmente ser confundidas com qualquer plano de Bench Marking, aplicado a uma lógica de Nações, Portugal poderá estruturar um caminho de investimento e orientar a iniciativa Nacional, gerindo mais e melhor a oferta a potenciar no exterior. Não a forma desgarrada de contexto a que assistimos actualmente.
Segundo, mais do que Euros cedidos de forma, no mínimo, duvidosa, Portugal tem que ceder meios. Meios logísticos e recursos de informação.
É mais útil definir oferta e destinos estratégicos, delimitando também a zona de intervenção inicial, investir em espaços que possam ser utilizados por empresas portuguesas no exterior, fornecer-lhes informações úteis sobre os mercados onde se pretende explorar as oportunidades, apoiá-las nos contactos e usando a diplomacia política para facilitar e potenciar o crescimento, obedecendo ás regras definidas no Plano Estratégico para o País e, acima de tudo, concretizando estrategicamente, tacticamente e operacionalmente!
Os apoios financeiros podem existir, numa lógica distinta da actual. Qualquer apoio deverá exigir contrapartidas e premiar o mérito da sua aplicabilidade. Neste sentido, as Empresas de cariz exportador deverão ter acesso a um pacote de incentivos financeiros específicos, divididos no tempo de acordo com a evolução do sucesso da operação, e alvo dum acompanhamento contínuo. Este apoio deverá ser gerido de forma similar ao “Capital de Risco”, excluindo-se o Estado de se tornar accionista da Empresa e de obter rendimento pelo investimento realizado. As medidas de controlo são saudáveis e responsáveis, a expectativa do lucro e da rentabilidade não faz parte do objectivo e contribui para o desvirtuar.
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